quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Quem roubou o sorriso do palhaço?




Quem roubou o sorriso do palhaço

Quem? Quem?
Foi você? Homem vil.
De olhar astuto
Confesse. Vamos confesse.
Ou foi você?  Mulher de infinitas tristezas
De olhar longínquo.
Não. Nenhum dos dois.
Então, foi você menino do beco?
Do beco escuro.
Vamos, vamos eu preciso saber.

Há um artista ...

muitos.



domingo, 16 de setembro de 2012

Concordo com João Cabral quando ele diz:


Você vê os gregos: o Pégaso, o cavalo que voa, é o símbolo da poesia. Nós deveríamos botar antes, como símbolo da poesia, a galinha ou o peru — que não voam. Ora, para o poeta, o difícil é não voar, e o esforço que ele deve fazer é esse. O poeta é como o pássaro que tem de andar um quilometro pelo chão. Eu nunca quis ter emoção. Quando o sujeito fala em emoção, fala nesse tipo de emoção barata e fácil. Eu nunca quis ser um Casimiro de Abreu nem um Castro Alves. Não sou um instintivo, não sou um romântico. Eu me considero intelectual, um sujeito que vive para ler e, portanto, conheço bem a poesia das línguas que sei ler. De forma que, se o sujeito não encontra emoção naquilo, paciência, porque ele está esperando certamente encontrar em mim essa emoção romântica, confessional, a eterna poesia de dor. Isso é que o sujeito chama emoção. Emoção é outra coisa, existe uma emoção intelectual também.

Ideias fixas de João Cabral de Melo Neto, org. de Félix de Athaíde, Rio de Janeiro, FBN, UMC e Nova Fronteira, 2000.


domingo, 9 de setembro de 2012

POETAI, POETAS, POESIA!



POETAI, POETAS,POESIA

QUE A MORTE É NO DIA-A-DIA


toda palavra semeia
a flor do próprio veneno
e cada frase vagueia
na versão do seu momento
toda palavra retesa
a corda do próprio arco

Paulo José Cunha